Do Reskilling ao Green Skills: A formação corporativa como motor de inovação e sustentabilidade

29 Outubro, 2024

A transformação acelerada que vivemos no mercado de trabalho, impulsionada pela automação, digitalização e crescente consciencialização sobre a sustentabilidade, está a redefinir as competências necessárias para que as organizações prosperem. Como responsável pela formação corporativa, observo de perto estas mudanças e acredito firmemente que a formação será a chave para garantir que as empresas se mantenham competitivas, inovadoras e preparadas para enfrentar os desafios do futuro. A formação corporativa está a evoluir rapidamente, com o foco não apenas em competências técnicas, mas também em áreas fundamentais como a inclusão, o bem-estar e a sustentabilidade. Algumas tendências têm-se destacado e, na minha visão, são fundamentais para garantir que as empresas acompanhem esta revolução.

 

RESKILLING E UPSKILLING: A CHAVE PARA A COMPETITIVIDADE.

A digitalização e a automação estão a redefinir o papel de inúmeras funções e a criar a necessidade de uma requalificação contínua dos colaboradores. Os programas de reskilling e upskilling são, por isso, essenciais para atualizar competências e garantir que os colaboradores estão preparados para as novas exigências do mercado. Além de colmatar lacunas de competências, estas iniciativas ajudam as organizações a reduzir a dependência de contratações externas, algo crucial num mercado de trabalho cada vez mais competitivo.

No fundo, investir no potencial interno dos colaboradores não só garante uma força de trabalho mais capacitada, como também fortalece a resiliência organizacional.

 

BIAS TRAINING: A BASE DE UMA CULTURA INCLUSIVA

Um dos pilares para promover a inovação dentro das empresas é a criação de uma cultura verdadeiramente inclusiva. Estudos da Deloitte revelam que 71% das organizações já estão comprometidas em promover esta inclusão, o que reforça a necessidade de formações que abordem os preconceitos inconscientes. O bias training surge como uma tendência essencial, ao capacitar os colaboradores para identificarem e reduzirem preconceitos que, muitas vezes, influenciam as decisões de forma inconsciente. As organizações que investem neste tipo de formação estão a criar ambientes onde todos os colaboradores se sentem valorizados e com liberdade para contribuir, o que se traduz numa maior diversidade de ideias e numa inovação mais robusta.

 

INTEGRAÇÃO DE SOFT SKILLS E BEM-ESTAR NO AMBIENTE DE TRABALHO

Num mundo empresarial cada vez mais digital e onde o trabalho remoto se tornou norma, as soft skills continuam a ser decisivas. Competências como comunicação eficaz, liderança empática e resiliência emocional são hoje tão ou mais valiosas do que competências técnicas. À medida que as organizações se adaptam a novas formas de trabalho, estas capacidades ajudam a criar equipas mais coesas, a fomentar uma cultura de colaboração e a promover o bem-estar dos colaboradores. Este bem-estar não pode ser visto como um luxo, mas sim como uma necessidade fundamental para garantir a produtividade e a retenção de talento.

 

GREEN SKILLS: SUSTENTABILIDADE COMO PILAR DE FUTURO

A crescente pressão para a adoção de práticas mais sustentáveis está a transformar o foco das formações corporativas. As green skills, ou competências verdes, que capacitam os colaboradores a adotar práticas sustentáveis no local de trabalho, estão a tornar-se uma prioridade. Estas formações ajudam as empresas a alinhar-se com regulamentações ambientais, ao mesmo tempo que respondem às exigências de uma responsabilidade social corporativa cada vez mais valorizada. A meu ver, o futuro da formação corporativa passará por uma abordagem holística, que combina reskilling, upskilling, bias training, soft skills e green skills, com o objetivo de não apenas responder às exigências imediatas do mercado, mas de preparar as organizações para um crescimento sustentável e inclusivo. As empresas que apostarem em estratégias de formação robustas estarão a garantir a sua competitividade, mas também a criar um ambiente de trabalho resiliente, preparado para as oportunidades e desafios do futuro. Em suma, a formação corporativa não é apenas uma ferramenta de capacitação; é um motor de inovação, sustentabilidade e inclusão. Ao investir em programas abrangentes e estratégicos, as organizações podem garantir um futuro onde a evolução das competências humanas anda de mãos dadas com o progresso tecnológico e a responsabilidade social.

 

“ O verdadeiro diferencial competitivo nasce quando o talento individual é transformado em força coletiva.

Por: Vanessa Cruz | Training Director, Formação Nacional Adecco Training Portugal
In E-book: Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa [CCIP]: Recursos Humanos | Tendências e Oportunidades para 2025