Impulsionados pelos avanços tecnológicos, pelas mudanças sociais e transformações nas dinâmicas dos locais de trabalho, é crucial para as organizações e indivíduos compreenderem e anteciparem as necessidades de desenvolvimento e as novas exigências do mercado de trabalho.
O ano de 2024 promete trazer mudanças significativas no campo do desenvolvimento profissional e pessoal. Nesse sentido surgem 3 temas que se destacam dos demais: Inteligência Artificial Generativa, Diversidade, Equidade e Inclusão (DEI) e o Desenvolvimento Geracional.
1- Inteligência Artificial Generativa (IAG)
A verdade é que a Inteligência Artificial já aqui está há muitos anos, mas só agora é que se deu o verdadeiro boom em 2023, com o despoletar do Chat GPT da OpenAI.
Num estudo conduzido pela Microsoft a líderes mundiais, 82% afirmam que os seus colaboradores necessitam de novas competências para estarem preparados para o crescimento da IA Generativa.
Já a McKinsey estima que cerca de 30% das horas de trabalho podem ser automatizadas até 2030 e que isso terá um grande impacto nos postos de trabalho, tal como os conhecemos hoje.
A verdade é que estamos mais familiarizados com as ferramentas de texto de IA (Chat GPT ou Bard), mas existe um mundo de ferramentas a explorar: desde imagem (OpenArt), vídeo (Synthesia), código (GitHub Copilot), marketing (Jasper), 3D (Mirage) até ao design (Diagram), são apenas alguns exemplos.
Neste cenário de mudança, surge uma forçosa necessidade de upskilling e reskilling, garantindo que os profissionais estejam capacitados não só para fazer face a esta nova realidade, mas também para que possam prosperar nela. É a era da aprendizagem contínua, onde a adaptação torna-se a chave para o sucesso profissional.
Só estamos no começo da Inteligência Artificial aberta, mas que não hajam dúvidas que veio para ficar e para revolucionar!
2- Diversidade, Equidade e Inclusão (DEI)
Em 2024 a DEI irá transcender os rótulos corporativos. Serão elementos cruciais na construção de ambientes de trabalho mais robustos, permitindo que cada indivíduo contribua de forma significativa.
Esta tendência é igualmente impulsionada pela crescente consciencialização das organizações e dos seus líderes e gestores sobre a sua importância e também com a entrada em vigor da Agenda do Trabalho Digno, neste ano de 2023.
A implementação efetiva de políticas DEI proporciona ambientes de trabalho mais acolhedores e produtivos. Para as organizações, isso significa equipas mais criativas, dinâmicas e flexíveis, capazes de enfrentar e solucionar desafios de maneira mais abrangente. Para os profissionais, a inclusão promove um senso de pertença, resultando em maior compromisso e produtividade.
Será sem dúvida uma das preocupações das empresas para 2024.
3- Desenvolvimento Geracional
Nunca o mercado de trabalho teve tantas gerações a trabalhar em simultâneo, nesse sentido surgem desafios para os líderes e gestores de RH que até então não estavam em agenda.
Já não é suficiente abordar estes temas de forma superficial, é necessário trabalhar a liderança, comunicação ou até mesmo a experiência do colaborador de forma mais individualizada para as diferentes gerações.
Abordar estes temas não apenas fortalece o tecido organizacional, mas também contribui para a construção de culturas corporativas mais resilientes e com colaboradores mais satisfeitos.
Menção honrosa:
Growth Mindset
Não podia deixar de fazer uma referência a este tema, visto que os últimos anos a forma como as sociedades interagem, trabalham e aprendem sofreram grandes alterações. Mais do que uma preocupação corporativa, deve ser uma preocupação individual.
John Scott (Head of Learning Design and Strategy na MasterClass at Work) refere que “os indivíduos precisam de estar confortáveis com o inconfortável neste momento em que esta disrupção tecnológica continua a progredir” e que “uma mentalidade de crescimento – aquela que revela curiosidade, põe em prática o aprendizado e que anseia por novos desafios – vai ser a chave para navegar em 2024 e nos seguintes anos”. E se Scott o diz, quem somos nós para o contrariar.
Claro que é apenas uma opinião daquilo que será uma tendência, e mais importante que isso é que as organizações estejam capacitadas e estruturadas para perceberem quais as reais necessidades de desenvolvimento das suas pessoas. E que esse desenvolvimento seja feito de forma continuada, porque uma coisa que não será tendência formativa com certeza, são pilulas mágicas.
Diogo Brandão
Learning and Development Specialist, Adecco Training