Cuidar do bem-estar das nossas pessoas nunca foi um tema tão crítico. As organizações devem investir mais tempo e esforço para assegurar que as suas pessoas estão comprometidas e felizes.
Os desafios são grandes e com escolhas difíceis, sem nunca perder o foco no negócio. Consequentemente o stress mental tem vindo a aumentar. Mas quem será o grande responsável pelo nosso bem-estar? Os governos, empregadores ou os próprios indivíduos? Num mundo ideal, a preocupação seria compartilhada igualmente entre os três, mas na realidade, o equilíbrio não é perfeito. O que sabemos, no entanto, é que as organizações têm um papel crucial a desempenhar.
Durante algum tempo, acreditou-se que os programas de bem-estar passavam por investir em serviços ou benefícios baseados em conveniência, como ginásios e zonas de lazer; no entanto, essas ofertas não funcionam como parte de uma abordagem holística e carecem dos elementos-chave necessários para o sucesso a longo prazo. À medida que as empresas procuram renovar os programas de bem-estar corporativo, é importante adotar um modelo que seja sustentável e possa evoluir com o tempo.
O bem-estar não é só físico, é essencial cuidar da saúde mental, criar um ambiente de trabalho saudável e assegurar que o propósito das nossas pessoas está alinhado com o da organização.
A segurança psicológica deve ser uma prioridade no seio corporativo. Trata-se de oferecer um ambiente confortável e saudável, com lideranças próximas. Estas devem, cada vez mais, posicionar-se como motivadoras e inspiradoras, permitindo que a sua equipa arrisque e não tenha medo de falhar, porque a aprendizagem faz parte do processo. Construir um ambiente no qual as pessoas sentem que podem ser elas mesmas e expressar as suas ideias sem medo de julgamentos.
Quando as pessoas se sentem à vontade para pedir ajuda, partilhar sugestões informalmente ou desafiar o status quo sem receio de consequências sociais negativas, as organizações têm mais probabilidades de inovar rapidamente, de libertar os benefícios da diversidade e de se adaptarem bem à mudança.
Um ambiente corporativo onde prevaleça a colaboração e a recetividade é a aposta certa para uma estrutura emocionalmente segura e confortável, reduzindo assim, o risco de turnover e aumentando a produtividade. As pessoas sentem-se estimuladas a serem mais proativas e consequentemente impactam o negócio.
Para promover a segurança psicológica é necessário que os líderes a todos os níveis aprendam e demonstrem comportamentos de liderança específicos que ajudem os seus colaboradores a prosperar. O investimento em programas de desenvolvimento de liderança e a sua expansão podem equipar os líderes para incorporarem estes comportamentos e, consequentemente, cultivarem a segurança psicológica em toda a organização.
Os líderes podem desenvolver a segurança psicológica criando o clima, as mentalidades e os comportamentos certos nas suas equipas. Aqueles que o fazem melhor atuam como catalisadores, capacitando e habilitando outros líderes da equipa – mesmo aqueles que não têm autoridade formal – para ajudar a cultivar a segurança psicológica, modelando e reforçando os comportamentos que esperam do resto da equipa.
A liderança deve definir o tom da equipa, isto é, os comportamentos, o mindset e a atitude positiva, onde todo o grupo considere e valorize a participação de cada um. Basicamente todos devem ter espaço para ser ouvidos. Através das suas próprias ações, os líderes devem ser um exemplo e passar essa confiança às suas pessoas, orientando-as, desafiando-as e caso seja necessário, aconselhando-as.
A liderança pode fazer a diferença e para isso é preciso que esta seja um exemplo a seguir.
Definir expetativas claras e certificar-se que as suas equipas sabem exatamente o que é esperado delas em termos de trabalho e tempo vai evitar que elas trabalhem demais, ou que se sintam em falta. Permitir que as pessoas tenham liberdade para gerir o seu próprio tempo e equilibrar as suas responsabilidades de trabalho com as suas vidas pessoais cria um ambiente onde todos se sentem apoiados, respeitados e valorizados, logo mais felizes e produtivos. Isto é sem dúvida promover um equilíbrio saudável entre o trabalho e a vida pessoal.
Por isso, agora, mais do que nunca, é crucial priorizar o bem-estar e a segurança psicológica de uma forma sustentada.
Por: Alexandra Andrade, Country Manager da Adecco Portugal
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