Os locais de trabalho estão a tornar-se cada vez mais inclusivos e diversificados, em todo o mundo – mas ainda há muito por fazer.
A procura por autêntica inclusão no local de trabalho tornou-se uma necessidade incontornável nos dias que correm, impulsionada pelo reconhecimento crescente da importância da diversidade. Apesar dos avanços notáveis, é imperativo compreender que a jornada em direção à verdadeira inclusão está ainda longe de estar concluída. No recente estudo Global Workforce of the Future do Grupo Adecco, foram analisados os progressos alcançados, os desafios persistentes e a urgência de um compromisso contínuo com a inclusão no ambiente corporativo.
Existe uma crescente consciencialização e um reconhecimento por parte dos torabalhadres de ambientes mais inclusivos. Isto não é apenas uma vitória para as organizações que investiram em iniciativas de diversidade, mas também um testemunho de uma mudança cultural positiva.
Perspetivas distintas acrescentam valor ao processo criativo e inovador. A diversidade reforça a responsabilidade corporativa, amplia a reputação interna e externa e o sentido de pertença à empresa. O employer branding é reforçado quando a empresa é um exemplo de diversidade e inclusão.
Contudo, ainda existem bastantes disparidades a nível global, o progresso não é uniforme. Ao analisarmos dados de diferentes regiões, deparamo-nos com disparidades significativas. As discrepâncias exigem uma avaliação cuidadosa e intervenções específicas para garantir que a inclusão seja uma realidade global.
64% dos trabalhadores concordam que é fácil para eles expressar as suas ideias, no entanto, o estudo revela que alguns grupos, como non managers, trabalhadores com menor nível de educação e rendimentos mais baixos, sentem maior dificuldade em expressar-se.
Estes são insights importantes de que a inclusão não é apenas uma questão global, mas também uma questão interna que as empresas devem ter como prioridade. O caminho para a verdadeira inclusão envolve não apenas o reconhecimento, mas também a implementação de ações concretas para corrigir estas disparidades.
A flexibilidade também pode ser vista como peça central na construção de ambientes inclusivos. A pesquisa indica que 45% dos entrevistados afirmam que os seus empregadores implementaram medidas significativas para permitir regimes de trabalho flexíveis. Estas mudanças, não são apenas benéficas para os colaboradores, mas também são estratégicas para a fidelização do talento. Existem ainda desafios a superar, especialmente para trabalhadores mais seniores que enfrentam dificuldades em ver essas mudanças adaptadas às suas necessidades.
Os líderes desempenham um papel crucial. Embora a maioria reconheça a importância da diversidade, muitos ainda se sentem inseguros sobre como impulsionar efetivamente a inclusão. Isto destaca a necessidade urgente de oferecer ferramentas através de recursos, orientação e formação específica. O compromisso da liderança é vital para criar uma cultura inclusiva que permeie todos os níveis da organização.
Enquanto celebramos os avanços na inclusão no local de trabalho, é essencial manter uma perspetiva crítica e focada no futuro. O próximo ano exige medidas especificas para garantir que a inclusão não seja apenas uma aspiração, mas uma condição transversal e indispensável. As empresas devem adotar compromissos tangíveis, proporcionando aos líderes os recursos necessários para impulsionar a inclusão em todos os níveis da organização. A procura por locais de trabalho mais inclusivos é contínua e, embora tenhamos feito progressos notáveis, ainda há um longo caminho a percorrer. O verdadeiro sucesso reside na capacidade de enfrentar esses desafios com determinação, compromisso e ações concretas.
Por: Alexandra Andrade, Country Manager da Adecco Portugal
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