O presente e o futuro dos RH, a inovação e o desenvolvimento de competências

5 Agosto, 2023

Segundo o boletim económico emitido pelo Banco de Portugal, a previsão é de crescimento até 2025, acima da zona euro, sendo que o número de pessoas empregadas manter-se-á elevado, com uma subida de preços a manter-se, mas cada vez mais a um ritmo menos significativo.

 

Em todos os eventos e conferencias fala-se na importância das pessoas, tanto no atingir dos resultados, como numa perspetiva de crescimento, continuando o mercado português a precisar de muito talento, pressionado pelo incremento dos preços e consequentemente pelo valor a pagar por esse talento. O trabalhar num mercado, cada vez mais Global, leva a que um elemento de elevada qualificação possa prestar o seu trabalho em qualquer ponto da Europa e em alguns casos do mundo, levando esta “guerra” do talento a uma escala internacional.

Se olharmos para o outro lado da equação, existem muitos processos que estão a ser automatizados. A robótica e a inteligência artificial vão trazer melhorias que permitirão reduzir a necessidade de mão de obra em processos menos qualificados. Este duplo efeito, vai levar as empresas a olhar para os requisitos de contratação muito mais numa perspetiva de soft skills, sendo obrigadas a orientar a sua formação, de forma a responder às necessidades futuras e específicas das suas equipas. Sim, as escolas de formação são uma realidade já em muitas empresas e vão ser uma realidade em todas ou nas escolas que possam servir a mais de uma empresa.

Um estudo da Mackinsey em 2017 (*) mencionava que 50% das atividades são tecnicamente automatizáveis e a pressão sentida no mercado laboral vem acelerar esta mudança. A robotização, nos armazéns dos maiores distribuidores mundiais, não tem apenas uma razão puramente económica, mas sim de capacidade de entrega aliada à falta de mão de obra para dar resposta às necessidades, principalmente em períodos de pico de atividade.

Falamos constantemente em fidelização de colaboradores, mas no futuro passaremos a falar de formação e requalificação, promovendo mais e mais a mobilidade interna nas organizações. O Diretor de Recursos Humanos vai ter aqui um papel fundamental na preparação dos managers da organização, alinhando-os para esta mudança, e no planeamento das ações necessárias para responder, com tempo, aos desafios que o mercado irá colocar. O upskilling e reskilling será um processo cada vez mais relevante e que implica envolvimento dos profissionais de recursos humanos ao nível dos projetos de inovação. Devem perceber os seus impactos e, procurar gerir o processo de mudança nas organizações, de forma a reter o talento interno e a formar os novos elementos necessários ao seu desenvolvimento.

 

As empresas, na área de consultoria de recursos humanos, como a Adecco, são especialistas, não só na procura do talento, como no desenvolvimento de projetos de upskilling e resklilling direcionados à necessidade de cada negócio. Uma outra forma de manter equipas desenvolvidas e na vanguarda é externalizar partes do processo e alocar o talento com maior qualificação a áreas estratégicas do negócio, onde mais falta fazem. Este tipo de serviço “Outsourcing” é utilizado com enorme sucesso, por mais de 300 empresas com a ajuda Adecco Outsourcing.

 

(*) O futuro do mercado de trabalho: impacto em empregos, habilidades e salários | McKinsey

 

Artigo de Opinião de Sérgio Duarte, Director Nacional Outsourcing Adecco Portugal